quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A crise dos 25


Crise dos 25. Metade de 50. Bem mais que 18. Parece que foi ontem que comemorei que podia entrar na balada sem falsificar meu documento, que podia comemorar que não ia mais ficar para fora da balada porque o segurança percebeu que o documento era falso e que poderia comprar a minha primeira cerveja sem o risco de ser pega. Os 18 veio com o sonho da carteira de motorista, que por estar vivendo uma vida bem louca, ela veio somente aos 21 e o primeiro carro veio junto. Foi incrível! Finalmente poderia sair pelo mundo buzinando para todo mundo que entrasse na frente ou que não desse seta. Sempre tive muita afeição por buzina. Vai entender. 
Enfim, 21, a tal maioridade! E alguém pode me dizer o que houve depois dos 21? Eu não vi ele passar. Os 18 parece ter chego a pé e depois dos 21, os anos parecem terem pego um táxi e acelerado a chegada.
A crise dos 25 veio com todas as formas, tons e pensamentos de auto-destruição. Faculdade, trabalho, casa, amigos, relacionamento, casamento, filhos e meu Deus! Cadê um manual de com ser adulto? 

A sensação dos 25 é de ser quase um adulto de verdade e ver ao mesmo tempo a sua adolescência estendida. As baladas com gente por todos os lados e pisando no seu pé ou te derrubando bebida no braço parecem ser a pena de morte de algum pecado que você tenha cometido na vida. A música parece ficar alta demais, como se ao redor da sua cabeça alguém tivesse aumentado o volume. E o metabolismo? Está aí algo que samba na nossa cara a cada nova manhã. Você faz dieta e já não emagrece na mesma facilidade que antes, toma um porre e a ressaca do dia seguinte parece perdurar pelo resto da sua vida, com se você nunca mais fosse conseguir beber outra cerveja gelada de novo.

A disposição muda e a indisposição também. A paciência é outra, a vontade de as vezes jogar tudo pro alto é interrompida pelas suas responsabilidades adultas e você passa a reavaliar as pessoas e deixa de querer aquelas que se tornaram dispensáveis. Mas, por outro lado, as pessoas que são indispensáveis, você valoriza e mantém elas cada vez mais perto. 

25 chega e ainda tem metade de uma faculdade para lutar todos os dias para não ver uma DP no sistema e pensar que a formação virá somente aos 27. Se eu tivesse estudado quando minha mãe falou, já estaria formada e não me sentiria tão velha na formatura ou talvez tenha sido bom para não começar um curso errado e não ter nadado em dúvidas. 
Se eu tivesse feito tanta coisa, ou se não tivesse feito, se tivesse feito diferente ou não, se... se... se... alô Deus! Onde ficou o manual da vida adulta mesmo?

Aos 25 os cremes anti idade da Avon parecem ficar cada vez mais charmosos e todas aquelas promessas para manter o corpo firme, cabelo hidratado e prevenir isso e aquilo passam a te roubar a atenção. Você passa a lembrar de quando você achava que com essa idade já teria conquistado mais coisas do que tem até hoje e percebe que mais curto do que do tempo, só a sua paciência e o seu dinheiro. 

Aos 25 você passa a ir cada vez menos em baladas e cada vez mais em casamentos e formaturas. A maior parte das suas amigas do colégio já casaram e tiveram filhos e você pensa que 25 é muito nova para ter filho mas que 30 é muito velha. Você tem medo de não saber lidar com filhos agora e medo de não ter fôlego se deixar para mais tarde. Você não escolheu uma carreira, não tem dinheiro para fazer tudo o que quer/ precisa e vê o dono do Snapchat com 24 anos na lista dos mais novos bilionários do mundo. A vida é mesmo um forninho que a gente precisa segurar!

Essa transição é um senhor desafio. E a gente, meio desconfiado, aceita a crise do um quarto de vida e sorri de volta para ela e espera que os trinta decida fazer uma caminhada lenta e tranquila até a gente ao invés de pegar um táxi.

Você que também sofre da crise dos 25, vem cá, dá um abraço.
Você que passou pela crise dos 30, favor deixar um manual na minha caixa de entrada.

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