quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Os quase trinta



27!
Cada vez mais próximo dos trinta. 
Vinte e sete mas com ressaca de quarenta. Vinte e sete mas com dor nas costas de sessenta. Vinte e sete mas com maturidade de doze para aniversários e comemorações.

O cochilo de meia horinha​ que antes era suficiente quando ia sair de casa para algum lugar, hoje pareço precisar de dois dias em coma induzido para recuperação.
Antes a ressaca que durava o período da manhã do dia seguinte, hoje derruba por três dias consecutivos. 
O metabolismo fica mais lento que loira quando escuta piada de pontinho e as rugas e marcas de expressão começam a ganhar destaque.

Você se dá conta de que tudo é caro. Papel higiênico é caro, produto de limpeza é caro, energia elétrica te rouba mês após mês e passa a dar atenção para comerciais de produtos que prometem o milagre do rejuvenescimento.

As prioridades mudam, a paciência não é mais a mesma e a tolerância também não. Você já não releva mais qualquer coisa e não perde mais tempo com o que não convém. 
O corpo muda, não está estabilizada profissionalmente, queria que sua conta bancária acompanhasse o mesmo crescimento da sua barriga a vida passa a te cobrar um turbilhão de coisas que não te cobrava aos vinte.

Você se dá conta de que se tornou aquele tipo de pessoa que não responde a mensagem de um amigo porque quer ficar o sábado em casa vestindo pijama e Netflix. Dia após dia você entende melhor o que quer e faz um filtro natural das pessoas que você deseja ter por perto. 

Os 27 bate e a gente apanha. Com 27 estamos mais para 30 do que para 20. Você não tem mais paciência para deixar o cabelo crescer. Nem para aquelas piadas sem graça e grotescas que antes vocês relevava. Você passa a se colocar cada vez mais em primeiro lugar. Seu tempo fica cada vez mais curto e não pode diminuir ele com qualquer coisa. 

Passei por mais um ano e poder concluir junto com final de ano é sempre encerrar ciclos e reavaliar muitas coisas. Vai ano e vem ano e minhas crises de idade permanecem sempre intactas. Mas não é de todo mal. 
A passagem de 26 para 27 foi linda. Foi épica! 
E pude constatar o que já sabíamos: não é saudável misturar bebidas. Mas aniversários sempre pode. Não pode?
Amo ser a louca dos aniversários que começa a comemorar em janeiro o aniversário que é em dezembro. Festa, amigos, família, abraços e mensagens por todos os lados. Quanto privilégio!
Como não amar aniversários? Como não amar os amigos fodas que sempre estiveram e estão lá por você?

Passamos por alguns momentos as vezes que nos fazem pensar se estamos pegando o caminho certo. Mas a vida, que a gente vez ou outra gosta de jogar a culpa, lá na frente sempre nos recompensa e nos faz ver que fizemos a coisa certa. Você não perde. Você permite se abrir para que coisas novas e boas possam vir.
E você se sente grata. Sente a sorte do mundo. E só agradece.

Depois das crises, sempre vem a felicidade e o sorriso bobo.
Você entende que não importa a idade. Você não precisa casar, não precisa ter filhos, não precisa cair na pressão da sociedade que quer ditar as regras.
Você é livre. Pode fazer o que quiser, como e quando quiser.
E quando você se escolhe, antes de qualquer coisa, o universo conspira a teu favor e coisas boas acontecem. 

E a gente segue entre uma ressaca de três dias e outra.

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