segunda-feira, 15 de abril de 2019

T P M - Tensão Pré Massacre

Sexta-feira. 
Podia ser 13. Mas quase. Sexta 12.
Podia sextar mas sextei sentindo cada parte do meu corpo latejando e me lembrando da dor e delicia que é ser mulher. 
Tomei coragem e dirigi até a farmácia. Quase aos prantos. Queria chorar de dor. Queria chorar porque estava furiosa com o universo, perguntando POR QUE RAIOS temos que passar por isso. Queria chorar porque queria chorar e tpm tem dessas oscilações de sentimentos que vão desde chorar até se tocar funk e no segundo seguinte desejar ser uma beyblade para sair girando com a mão fechada socando todo mundo.


- Moça, pois não. O que você tem? - me perguntaram.
- Vontade de dirigir até a próxima ponte e pular de cima dela.
Rimos muito. Ele sem entender. Eu, de desespero. 
- Moço, falo sério! 
Tentei explicar que tudo doía. Respirar doía. Explicar para ele o que doía estava doendo. 
- Leva esse remédio. Você vai melhorar. 

Vinte e nove reais! 
A gente paga por ser mulher. A gente paga para não sentir a dor que daqui um mês vai voltar te assombrar de novo. Não dói porque bebi muito e estava de ressaca, ou porque fiquei no sereno e minha garganta ficou zoada ou porque tantos outros motivos. 
Tudo estava doendo porque aquele dia do mês havia chegado e parecia que alguém havia tacado fogo em mim e apagado na tamanca. 
Passei 24 horas sendo corpo morto. Só existindo. Sem reação. Só conseguia pensar: Eu tô morrendo?

Cada parte do meu corpo gritava comigo do quanto dói ser mulher. E a outra metade gritava que queria sorvete e um pedaço de chocolate. 
Na dúvida, afoguei as mágoas em uma cartela de Dramin e outra de Ponstan (esse não é um conto patrocinado, mas obrigada indústria farmacêutica). 

24 horas e eu estava viva de novo. Como se n a d a tivesse acontecido. Comemorei com excesso de cerveja.
E agradeci pelas dores do domingo serem da ressaca. 

Falta muito pra menopausa?

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Academia rende atestado médico?



A segunda-feira começa sambando na minha cara às seis horas da manhã quando meu despertador ainda nem tocou e eu acordei sabe se lá o porquê antes dele.
Viro pra cá, viro pra lá. Dou uma passeada pelo Instagram. Tento voltar a dormir. Respondo uma mensagem. Olho de novo: 06h30min. A hora não passa. Não consigo voltar a dormir. Despertador tocou as 7. Ok! Preciso levantar.

Me arrasto para a cozinha, faço a água com limão que a gente deseja que fosse cerveja com cdb, tomo café e vamos para o primeiro dia de academia.
Nem sempre fui hater de academia. Já gostei e se pudesse, dormia nela. Quando eu tinha 19 ou 20 anos. Quando eu tinha disposição, tempo e não fazia muita coisa da vida. Quando o metabolismo era mais acelerado que Ivete Sangalo em meio ao Carnaval. Hoje ele tá mais pra Caetano Veloso e bossa nova. Mais lento do que eu quando escuto piada de pontinho.

Subi na esteira para os 5 minutos de aquecimento e do meu lado tinha uma senhorinha, com seu batom cor de rosa às sete e meia da manhã, esbanjando disposição e sorriso à toa, com um pique de quem naquele momento subiria o Everest tranquilamente, pulando em uma perna só. E eu parecendo um galo que saiu de uma briga. Uma olheira que encostava no meu queixo, cabelo desgrenhado e mal conseguindo abrir o olho para enxergar o que eu estava fazendo da minha vida.

Voltar a academia é sempre uma missão, porque você precisa aos poucos se inserir nesse grupo. Você fica atrás do professor igual uma barata tonta, para perguntar sobre aquelas coisas que estão da sua ficha, que está tudo abreviado, cheio de consoantes, mais parecendo um texto russo. E você faz tudo o que precisa fazer, mas mentalmente planejando como vai fingir um desmaio para poder sair dali carregada e não precisar nem ir embora andando.

O professor passa por mim, de tempo em tempo e me pergunta: ‘Tudo bem?’
Amigo, olha para minha cara de quem tá bem essa hora da manhã enquanto podia estar dormindo esparramada na minha cama.
E não seja essa pessoa incentivadora que fica ‘Boa campeão!’, ‘Vai, você consegue!’, ‘Isso, muito bom!’. Porque acidentalmente pesos de academia caem na cabeça das pessoas sem a gente nem ver. Que loucura, não?
E a gente escuta: ‘Ah, mas o que você busca aqui na academia?’
Querido, eu vim em busca de comprar carne. Meio quilo de patinho, tem? Consegue moer duas vezes?

E saímos da academia com a nossa perna parecendo que tem vida própria. A gente não consegue pisar na embreagem, trocar a marcha, tudo treme, tudo conspira contra você. Você agarra na mão da Nossa Senhora do Gym e vai. Já calcula o Dorflex dos próximos dias.
E você foca no verão que se aproxima. Você foca em ter conta bancária gorda e corpo magro.

Escrevi esse texto e eu comecei a rir.
De desespero.
Vem verão!
E que o verão não seja a Aline Riscado sambando seu tanquinho na nossa cara, enquanto o que temos mesmo é uma máquina de lavar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Sagitário gosta de festa né?



‘Sagitário gosta de festa né?’

Sagitário gosta de festa, gosta de gente, de falar, de falar com a mão e com o corpo todo.
Sagitário não sabe a hora que não pode fazer brincadeiras, faz isso com assuntos sérios e quase sempre tem gargalhadas sonoras que ecoam por quarteirões.
Delicados como um tijolo. Desajeitados que tropeçam, derrubam e esbarram. Discretos como uma manada de elefantes dentro de uma loja de porcelana.
São curiosos, querem saber tudo da sua vida e são donos da verdade. Gostam de ter o controle das pessoas e situações, mas não admitem que o tentem controlar. Cobra e odeia ser cobrado. Odeia cobranças. Se um sagitariano for fazer algo e você pedir para ele fazer aquilo, talvez ele deixe de fazer só porque você pediu.
Odeiam reclamações, gente resmungona e que reclama da mesma coisa por diversas vezes. Não tem filtro para falar, para expressar opiniões e expressões. Não manda recados, fala tudo o que tiver para falar. Apressados, ansiosos e tem sempre um plano mental para tudo.
Quando enjoa, enjoa muito. Quando quer, quer muito. Quando odeia, coloquem seus capacetes. Mas depois de um tempo, mais rápido até do que gostaria, perdoa e deixa pra lá.

Sagitário não tem limite, quer sempre muito e sempre quer mais. Quer o esquenta, a festa e o after. E depois do after a padaria ou o pastel da feira. E não vamos dormir.
O que faz o coração de sagitário bater mais forte?
Alguém dizer: ‘É OPEN BAR!’.

Não sabe economizar, quer ir e depois vê sobre voltar. E se precisar ir e vir, ele vai. Quer viajar, quer aumentar o som, quer filosofar. 
Gasta dinheiro. Gasta tudo o que tem, o que não tem e o que ainda vai ter. Sagitário não guarda nem rancor, quem dirá dinheiro.
E exagero é pouco. Aliás, já disse mais de 934761004 vezes que não somos exagerados?
OU QUE NO NO MEIO DE UMA CONVERSA, DO NADA, QUANTO MAIS CAPSLOCK, MELHOR?

Somos arroz de festa. Chama que a gente vai. Conta a piada que a gente ri.
Vamo? Vamo!

Sarcásticos, nós? Nunca.




segunda-feira, 22 de outubro de 2018

É aniversário do meu peixe


Ele não está tão a fim de você. Ou talvez até esteja. 

Mas o trabalho dele o consome demais. Ou têm deixado ele muito estressado e sem cabeça para outras coisas. Marcou com você e desmarcou porque estava cheio de coisas para fazer em casa? Ou com o trabalho atrasado? Ou não desmarcou, mas no dia ele misteriosamente desapareceu? E depois surgiu como se nada tivesse acontecido? É aniversário do peixe dele ou ele vai ter que levara a avó na natação?
E o problema não é você. É ele quem está cheio de coisas. Você é uma graça. Você é maravilhosa, como ele sempre repete entre uma frase e outra. Ele é quem está com a vida toda complicada e precisa de um tempo para ajeitar tudo primeiro. E você não merece estar nessa bagunça toda. 

Em tempos de internet, 'não vi sua mensagem' ou 'acabei dormindo' são os mais novos clichês. Se alguém quer te procurar ou falar com você, de algum jeito o fará.
Ninguém te julga por criar justificativas para mascarar uma verdade. Até mesmo porque a verdade dói. E afinal, ele fala que gosta de você, que sente sua falta. 'Ele não me procurou porque não quer compromisso', 'Ele me trata assim só porque gosta muito de mim' ou 'Ele se machucou muito no último relacionamento' entre várias outras mascaradas que a gente dá para tentar enganar o outro ~ os amigos ~ quando na verdade é para enganar a gente mesmo.

A verdade mesmo é que esse papo de 'Não quero nada sério' nada mais é do que na tradução literal do mundo moderno: Eu não quero nada sério com você.
Quem quer, faz saudade virar encontro. Tristeza virar desabafo. Cansaço virar amasso.
Faz da falta de tempo qualquer cinco minutos só para te dizer um 'oi, tava com saudade'. Quem quer te ver hoje, não deixa para amanhã. Quem te quer agora, não te deixa para depois. Quem quer ficar, fica. Sem precisar pedir. Quando olhamos para o lado, já está ali. Quem quer, arruma um jeito. Não inventa uma desculpa. Não existe 'Vamos marcar alguma coisa' que nunca sai dessa frase ou 'Hoje não dá' como se todo dia fosse hoje.

Quem tem saudade, te procura. Te acha. Não te deixa para depois, para quando as coisas acalmarem, para quando o trabalho estiver consumindo menos ou para quando a vida melhorar. Não olha em volta como se qualquer coisa fosse mais interessante do que você, não olha pra trás. Não fica só na conversa. Não fica no rotineiro 'Tô com saudade', mas nunca está disponível para te ver. Quem te quer, faz acontecer. Cria um encontro inesperado. Passa 'só para dar um oi'. 'Tô indo ali, mas quer ir comigo?'.

Quem quer estar com você não guarda mágoas. Não tem tempestade em copo d'água, não inventa desculpas, não fica na zona de conforto enquanto o outro sofre, enquanto o outro sente.

O querer tem pressa.
Quem quer entrar na sua vida e quer ficar com você, vai chegar para o café, ficar para o jantar e para uma vida inteira.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Ahh 2017...


2017 foi um ano de mudanças. De crescer. Amadurecer. Compreender. Aceitar. Arriscar. Se jogar. Não se culpar. Não julgar. Não guardar rancor.
2017 foi o ano para compreender que se colocar em primeiro lugar não é egoísmo; é amor próprio. Quando você se escolhe, o universo conspira a favor. As coisas fluem.

O ano foi para me surpreender com a capacidade em aceitar e perdoar. Em dar um passo para frente sem olhar para trás e dar mais dois se o primeiro não der certo.
2017 mostrou que podemos fazer o que quisermos, quando quisermos e como quisermos. Que as pessoas não precisam uma das outras para se completarem e sim para se somarem. Você precisa se bastar para que alguém possa chegar para transbordar. E que estar junto não é precisar, é querer.

2017 mostrou que as pessoas vão errar com você, não importa o quanto você faça por elas. Pessoas erram, possuem defeitos. Cabe a você escolher pelo o que vale a pena ficar. Ou não.
Amigos vão sempre te falar a verdade, não importa o quanto isso te doa. Amigo de verdade entende que você merece a verdade e cabe a você o que fazer ou não com ela.
2017 mostrou que as pessoas machucam de graça. Que máscaras não permanecem por uma vida e que uma hora caem. Despencam.

O ano foi para agradecer, olhar para dentro, ver toda a mudança e que é preciso arriscar e desatar nós frouxos para que coisas melhores possam chegar até você.
Compreendi que é preciso arriscar. Partir. Deixar ir. Você está onde deveria estar. Agradeça. O mundo te sorri de volta.



quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Os quase trinta



27!
Cada vez mais próximo dos trinta. 
Vinte e sete mas com ressaca de quarenta. Vinte e sete mas com dor nas costas de sessenta. Vinte e sete mas com maturidade de doze para aniversários e comemorações.

O cochilo de meia horinha​ que antes era suficiente quando ia sair de casa para algum lugar, hoje pareço precisar de dois dias em coma induzido para recuperação.
Antes a ressaca que durava o período da manhã do dia seguinte, hoje derruba por três dias consecutivos. 
O metabolismo fica mais lento que loira quando escuta piada de pontinho e as rugas e marcas de expressão começam a ganhar destaque.

Você se dá conta de que tudo é caro. Papel higiênico é caro, produto de limpeza é caro, energia elétrica te rouba mês após mês e passa a dar atenção para comerciais de produtos que prometem o milagre do rejuvenescimento.

As prioridades mudam, a paciência não é mais a mesma e a tolerância também não. Você já não releva mais qualquer coisa e não perde mais tempo com o que não convém. 
O corpo muda, não está estabilizada profissionalmente, queria que sua conta bancária acompanhasse o mesmo crescimento da sua barriga a vida passa a te cobrar um turbilhão de coisas que não te cobrava aos vinte.

Você se dá conta de que se tornou aquele tipo de pessoa que não responde a mensagem de um amigo porque quer ficar o sábado em casa vestindo pijama e Netflix. Dia após dia você entende melhor o que quer e faz um filtro natural das pessoas que você deseja ter por perto. 

Os 27 bate e a gente apanha. Com 27 estamos mais para 30 do que para 20. Você não tem mais paciência para deixar o cabelo crescer. Nem para aquelas piadas sem graça e grotescas que antes vocês relevava. Você passa a se colocar cada vez mais em primeiro lugar. Seu tempo fica cada vez mais curto e não pode diminuir ele com qualquer coisa. 

Passei por mais um ano e poder concluir junto com final de ano é sempre encerrar ciclos e reavaliar muitas coisas. Vai ano e vem ano e minhas crises de idade permanecem sempre intactas. Mas não é de todo mal. 
A passagem de 26 para 27 foi linda. Foi épica! 
E pude constatar o que já sabíamos: não é saudável misturar bebidas. Mas aniversários sempre pode. Não pode?
Amo ser a louca dos aniversários que começa a comemorar em janeiro o aniversário que é em dezembro. Festa, amigos, família, abraços e mensagens por todos os lados. Quanto privilégio!
Como não amar aniversários? Como não amar os amigos fodas que sempre estiveram e estão lá por você?

Passamos por alguns momentos as vezes que nos fazem pensar se estamos pegando o caminho certo. Mas a vida, que a gente vez ou outra gosta de jogar a culpa, lá na frente sempre nos recompensa e nos faz ver que fizemos a coisa certa. Você não perde. Você permite se abrir para que coisas novas e boas possam vir.
E você se sente grata. Sente a sorte do mundo. E só agradece.

Depois das crises, sempre vem a felicidade e o sorriso bobo.
Você entende que não importa a idade. Você não precisa casar, não precisa ter filhos, não precisa cair na pressão da sociedade que quer ditar as regras.
Você é livre. Pode fazer o que quiser, como e quando quiser.
E quando você se escolhe, antes de qualquer coisa, o universo conspira a teu favor e coisas boas acontecem. 

E a gente segue entre uma ressaca de três dias e outra.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Alguém anotou o manual da vida adulta?


Alguém escreve um manual de como sobreviver ao inferno astral em pleno final de ano?
Final de ano já tem todo o encerramento de ciclo, a pressão psicológica de pensar nos planos para o novo ano que se aproxima, tem o Natal que chega para causar no emocional de cada um e se não bastasse, ainda tem o inferno astral para os sagitarianos.
Você acorda, abre a janela, tá sol lá fora. Parece que com a super lua vem o super sol no dia seguinte, suando até o seu couro cabeludo.

Você olha para o lado, tem café na cama. Você sorri de volta. Deseja uma piscina de café com direito a um trampolim para cair de cabeça em pura cafeína. Segundas tendem a ser difíceis.
Dizem que a super lua traz grande mudança de energia. Unindo isso à mudança de ciclo de se fazer aniversário e unindo ao encerramento do ano, como a gente sobrevive?

A gente se arrasta para o chuveiro, escova os dentes observando as olheiras que você vê no espelho. Os dias não têm sido em modo Easy, é verdade. A panela de pressão que há dias você estava com preguiça de lavar, foi lavada. Você sorri de novo e agradece. Panela de pressão é a vilã da pia da cozinha.
É segunda. Você sai com seu carro, liga o ar condicionado e a reserva grita. Você passa pelo posto e a fila tá maior que a da lotérica em dia de pagar contas e vê que se tem uma coisa que sobe mais do que o padre do balão, é o valor do combustível. Queria uma bicicleta!
Você compra almoço, sente preguiça e se joga no sofá. Mais tarde tem bar com a galera. Ufa! Nada como uma dose de amigos e cerveja gelada para encerrar mais um dia. Mais uma segunda. Um dia a menos de inferno astral.
Logo tem férias. Tem aniversário. E natal, e família, viagem e ano novo.
E aí vamos começar mais um ano outra vez. Mais um para passar tão rápido quanto todos os outros.

Tô dormindo com 26 e logo acordo com 27. Os 30 anos estão chegando. Mas seguimos comemorando.
E nós vamos, entre uma cerveja e outra, esperando pela ceia do natal, pela comida que vai sobrar no dia seguinte e que vamos comer por mais alguns dias e pela queima de fogos do dia primeiro que se aproxima, para renovar nossa esperança e nossos planos.

Enquanto isso, alguém viu por aí o manual da vida adulta?
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