You marry me?

Era uma manhã que poderia ser como qualquer outra. Mas naquela manhã eu acordava radiante, distribuindo brilho e sorrisos. Eu acordava mais mulher. Naquela manhã o mundo desapareceu, deixando somente aquele quarto do hotel no qual a gente encheu de amor. Nosso amor.

Um lugar. Uma história. Uma declaração. Um pedido.

Um sim!

Ele poderia ter escolhido qualquer outra, é verdade. Mas ele me escolheu. Nós nos escolhemos.

Mesmo com todo meu mau humor matinal e com toda a minha tpm aguda. Mesmo que as vezes eu faça tudo errado e tenha um jeito desajeitado. Mesmo que eu não goste dos seus filmes preferidos e nem saiba cantar as músicas que ele adora. Mesmo que eu não tenha paciência para ver vídeos ou mesmo que as vezes eu mais gosto de falar sem parar do que ouvir.

Ele me escolheu mesmo quando eu roubo o cobertor dele no meio da noite ou brigo com ele porque ele dormiu no meio de um filme. Fui escolhida por ele mesmo com todos os meus defeitos, que não são poucos. Mesmo quando eu sou desastrada e saio derrubando tudo ou quando acordo e não penteio os cabelos e saio para trabalhar toda cara inchada e fazendo cosplay dos zumbis de The Walking Dead.

Ele me escolheu mesmo com minha loucura a mais e minha paciência de menos. Mesmo com perna de fora ou com saia longa até o pé. E eu o escolhi! Escolhi ele mesmo com todos os seus defeitos e com todas as nossas diferenças. Porque ele não é perfeito e eu também não. 

Ele me escolheu mesmo quando às vezes esqueço as chaves e roubo a meias dele. Mesmo quando esqueço de pegar a toalha ou deixo a pia com louça suja dentro. Mesmo quando esqueço a luz acesa ou quando deixo o ferro de passar ligado.

Ele me aguenta mesmo sendo tão teimosa, impulsiva e impaciente. Todas as manhãs, mesmo aquelas em que ele pode dormir até mais tarde, ele levanta só pra fazer o café que eu adoro. Ele me ama mesmo nos meus dias ruins, nos meus dias de tpm, nos dias em que eu não quero falar. Ele me ama com minhas celulites, meus quilinhos extras, meu cabelo que às vezes deixo desgranhado, minha mão gorda, meu peito de menos e os meus dentes tortinhos que eu odeio.

Nós nos escolhemos mesmo quando erramos, enlouquecemos, surtamos e não somos tão legais. Nos escolhemos por amar quem o outro é e não como gostaríamos que o outro fosse. 

Nós nos escolhemos porque somos melhores quando estamos juntos. Porque nossos olhos tem um brilho capaz de iluminar o mundo quando se cruzam. Porque eu ainda sinto frio na barriga quando ele chega e morro de saudade quando cada um entra em um carro e sai para trabalhar. Porque a cada minuto que olho pra ele me apaixono mais e cada vez mais. E quando ele fala, fico olhando com cara de boba e não consigo prestar atenção no que diz. Porque ele é um espetáculo a parte. 

Pertencemos um ao outro. Assim, leve e descomplicado. E que isso tinha que acontecer exatamente como aconteceu. 

Nas minhas lembranças pra sempre vai ter a cara dele de assustado e as mãos desajeitadas segurando uma caixinha à minha frente e pedindo com a voz embargada, os olhos encolhidos e um sorriso de quilômetros: Quer se casar comigo?

SIM! Eu quero. Nessa vida e em todas outras que a gente tiver, sim! Eu quero me casar com você.