Quando vi ele pela primeira vez, nada me indicava problemas. Era só uma entrevista de
emprego e mais nada.
Pela segunda vez, a tequila nos criou um problema. Nada
que causasse preocupações ou apontasse um ‘dia seguinte’ e passou, assim como a
ressaca.
Quando
o vi pela terceira vez tinha certeza que era só mais um conquistador barato
querendo me fazer dançar e abusar do meu excesso alcoólico, até que um tombo de
cara no chão o fizesse parar.
Na
quarta vez ele me roubou a atenção, na quinta ele me embebedou de Heineken e na
sexta vez que o vi, tive a certeza de que a partir daquele dia então, eu
perderia as contas de todos os dias que estariam por vir.
Veio
uma conversa boa, uma risada gostosa, algumas cervejas geladas. Não consegui
pensar em mais nada que não fosse ele. E era como se ele estivesse me olhando
por dentro, do avesso. Tinha um desejo enorme ali.
Um
convite, uma mudança de lugar. Iríamos para o inferno juntos, então era melhor
esquecer as culpas.
E
o tempo passou magnificamente doce, leve e absoluto.
Quando você percebe que a pessoa que está ao seu lado não é
perfeita e mesmo assim você quer ficar com ela, isso te faz enxergar que você
também não é nada perfeito, e que mesmo assim ela quer ficar com você.
E ele aprende a escutar tuntz-tuntz, ver novela em ABSOLUTO
silêncio, a não conversar com você quando você acorda ou a ter que te aguentar
nas suas crises de tpm com infinitos blá blá blás.
A minha metade da laranja não é das mais doces, é verdade. Às
vezes chega a quase ser um limão, bem azedo. Mas é o limão mais lindo do mundo!
E convenhamos que não é nada fácil aturar a minha metade de limão azedo. E ele
atura. Ah, e ainda me abraça e mesmo com os cabelos desgrenhados diz que sou a
mulher mais linda do mundo. A da vida dele.
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