segunda-feira, 29 de julho de 2013

Uma segunda qualquer

Entro em uma loja só para comprar um jeans. Um jeans qualquer. Algum que me sirva. Odeio jeans. Odeio gastar dinheiro com jeans.
Logo a vendedora me mostra somente os mais caros. Só vejo na etiqueta acima de três dígitos. Os que continham dois dígitos no valor da etiqueta ela sequer mostrava. Escondia.
Provo todos. Nada serve. Logo me irrito. Opa! Um entrou. Adeus jeans 40, bem vindo 42. Dois dígitos. Vou levar.
E vem ela, sorridente com uma pilha de calças: Não quer provar mais nada? Não. Não quero, não me olha com cara de cão sem dono a procura de alguém para lhe uma dar comissão gorda.
Que aliás, gorda me sinto eu saindo com esse 42. Saudade 38!

Preciso trabalhar. Infinitos boletos para imprimir. Tô concentrada na tela do meu computador – que cada dia tem me deixado mais cega – alguém coloca 4 caixas na minha mesa. Tem cheiro bom. Olho por cima do óculos. Mais uma cara de cão sem dono não! ‘Moça, não quer comprar doces? Tenho brigadeiro, doce de leite, blá blá blá’. Não quero.
‘Moça, leva um doce.’ Cara de cão sem dono. Pena. Piedade.
Cara, vem cá, tô tentando voltar ao menos pro 40 e não avançar para o 44. Não quero doce.

Um café quente pra esquentar o frio e agitar o dia. Tá amargo. Não gosto de café amargo. Mas muito doce dói a cabeça. 

E o dia já chega ao meio com um jeans 40 que ainda não me aperta, um cabelo com mais de um palmo de raiz sem pintar que tem me deixado louca e um humor e um brilho maroto no olho que ao contrário do meu café, não estão nada amargos hoje.

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