E agora 23

Confesso que aniversários me deixam um pouco tensa e bem chorosa.

Pensar dos meus 8 anos assistindo jogo de futebol com meu avô, a ânsia pelos meus 18, a loucura pelos 21 e agora 23! A crise dos 30 anos se antecipa todos os anos quando eu faço idade nova que me deixa velha. Parece absurdo, só 23. Mas vi tudo passando tão rápido. Amanhã já acordo mãe, e no outro dia sou avó e logo já tô em uma cadeira de balanço perdida no tempo em companhia da velhice. Não é exagero. Acredite em mim.

Mas claro, a vantagem do aniversário são muitas. No meu caso, por exemplo, consigo reunir todas as pessoas mais importantes em um lugar só, sem desculpas, sem faltas. E elas recebem minha idade nova junto comigo. E vibram. E lembra o quanto eles são indispensáveis pra mim. Ahh os amigos... o que seria sem eles?!

Acordar com dois cachorros sorridentes pulando em cima de mim como quem diz 'Bom dia. Feliz aniversário'. Ver o homem mais lindo do mundo segurando o meu café preferido que só ele sabe fazer e me fazendo sentir a mulher mais linda do universo mesmo com rímel borrado e cabelo desgranhado e cara enrugada de sono. Como não amar? Como não agradecer por ter a minha própria família e ser privilegiada com tanto amor?

Conclui mais um ciclo e a mudança foi assustadora. Assumi minhas responsabilidades, cresci, amadureci, cai e doeu, chorei de tpm e chorei de tanto rir, e os 22 se passaram com sorrisos imensos e felicidade absurda. Que ano!

Ta aceito 23. Mas venha sem complicações, sem neuras e sem dores nas costas e cabelos brancos, por favor.